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Professores de universidades públicas e privadas do estado foram destaque em ranking internacional
Professores de universidades públicas e privadas do estado foram destaque em ranking internacional| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

Uma pesquisa da Universidade Stanford, na Califórnia, Estados Unidos, citou 47 pesquisadores do Paraná entre os cientistas mais influentes do mundo. O ranking foi divulgado pela Editora Elsevier e avaliou o impacto do trabalho acadêmico realizado em diversos países por meio da quantidade de citações e artigos publicados por mais de 100 mil pesquisadores. A Gazeta do Povo destacou alguns dos representantes paranaenses que, em entrevista, contaram um pouco mais a respeito dos respectivos temas pesquisados.

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Entre os cientistas que aparecem na lista, 18 são professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), dois da Universidade Tecnológica (UTFPR), um do Instituto Federal do Paraná (IFPR), quatro da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR) e outros 22 atuam nas universidades estaduais de Maringá (UEM), Londrina (UEL), Ponta Grossa (UEPG) e Centro Oeste (Unicentro).

Ao todo, o ranking avalia 22 grandes áreas do conhecimento distribuídas em 176 campos específicos e considera todas as citações e artigos desses cientistas, desde o início da carreira acadêmica até o ano 2021. Isso mede o impacto da contribuição individual de cada pesquisador ao avanço da sua área”, explica a especialista em Ciências Geodésicas Alice Grimm, conhecida mundialmente por estudar fenômenos climáticos como El Niño e La Niña.

Alice Grimm: top 3 entre os paranaenses citados no ranking

Atuante desde 1995, a professora da UFPR está entre os três paranaenses mais bem colocados no ranking e conta que seu trabalho tem o objetivo de evitar tragédias como a que ela viveu, em 1983, em Santa Catarina.

Na época, 90 cidades do Vale do Itajaí foram afetadas por fortes chuvas, causando uma das maiores enchentes registradas no Brasil. Ela viu a casa da família ser destruída, em Rio do Sul, e decidiu pesquisar as causas daquele fenômeno e como prevê-lo. “Eu não queria ver aquela situação em eventos semelhantes no futuro”.

A pesquisa dela sobre calor tropical recebeu o Prêmio USP de Pós-Graduação em 1993 e consagrou o trabalho da cientista, que atuou como pesquisadora da Universidade de Columbia, em Nova York, e também no Centro Internacional de Física Teórica (ICTP), na Itália.

 Alice Grimm é conhecida internacionalmente por seus estudos relacionados ao El Niño e à La Niña. Foto: Arquivo pessoal/Alice Grimm
Alice Grimm é conhecida internacionalmente por seus estudos relacionados ao El Niño e à La Niña. Foto: Arquivo pessoal/Alice Grimm

Mestre em Ciências Geodésicas e doutora em Meteorologia, Alice Grimm foi uma das primeiras pesquisadoras do mundo a estudar o impacto do El Niño e da La Niña no clima do Brasil e da América do Sul, se tornando referência internacional no assunto.

“Fico muito feliz por minha preocupação ter rendido frutos e que os resultados já tenham sido usados para avanço de outros estudos”, comemora a professora, que atualmente analisa as oscilações do clima durante a forte seca registrada no Paraná entre 2020 e 2021. “Isso é importante para vários setores: defesa civil, agricultura, geração de energia e indústria”, completa.

Leandro Coelho: reconhecido pelo trabalho em inteligência artificial

Leandro dos Santos Coelho trabalha na área de inteligência artificial há 27 anos. Foto: Divulgação/PUCPR
Leandro dos Santos Coelho trabalha na área de inteligência artificial há 27 anos. Foto: Divulgação/PUCPR

Outro pesquisador paranaense que figura entre os mais bem colocados na lista da Universidade Stanford é o engenheiro eletricista Leandro dos Santos Coelho, que trabalha na área de inteligência artificial há 27 anos.

Sua atuação na área muito antes de o assunto se tornar popular fez com que ele fosse citado na lista dos cientistas mais influentes do mundo desde 2016 devido à inovação nas pesquisas desenvolvidas por ele. “Um trabalho que vem desde a minha graduação com temas considerados disruptivos para a época”, conta, ao citar, principalmente, o uso da inteligência artificial em saúde. “Talvez influenciado por meu pai, que era oftalmologista e otorrinolaringologista”.

Hoje, o professor atua na UFPR e também na PUCPR, é pós-doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Degli Studi di Padova, da Itália, e possui artigos em parceria com cientistas de outros países, como Austrália e Iraque. Além disso, conquistou a posição 3.344 no ranking da Stanford, o melhor resultado do Paraná.

Carlos Ricardo Soccol: doutor em genética, microbiologia e bioconversão

Carlos Ricardo Soccol atua na área de genética há 30 anos. Ele possui 109 patentes registradas. Foto: Marcelo Elias/Arquivo/Gazeta do Povo
Carlos Ricardo Soccol atua na área de genética há 30 anos. Ele possui 109 patentes registradas. Foto: Marcelo Elias/Arquivo/Gazeta do Povo

Outro paranaense que se destaca devido à quantidade de artigos e citações de seu trabalho ao redor do mundo é o doutor em genética, microbiologia e bioconversão Carlos Ricardo Soccol. Natural de Rio Negro, no sudeste do estado, o pesquisador já coordenou o programa de mestrado internacional em Biotecnologia da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Ele é professor na UFPR e vice-presidente da Associação Brasileira de Biotecnologia.

Atuante na área há três décadas, o cientista possui diversas pesquisas envolvendo meio ambiente, agricultura, produção de alimentos, saúde humana, saúde animal e biocombustíveis. Como resultado do trabalho, já registrou 109 patentes, além de ter sido o primeiro representante do Paraná citado entre os pesquisadores mais influentes do mundo, em 2009.

Agora, está envolvido em projetos como a produção de carne cultivada em biorreatores, desenvolvimento de kits e vacinas contra a Covid-19 e no tratamento de doenças negligenciadas.

Outras áreas científicas de destaque no Paraná

Além das áreas de meteorologia, inteligência artificial e genética, o Paraná também se destacou no ranking com profissionais de biologia marinha, bioquímica, ciências ambientais, ciência dos alimentos, engenharia química, farmacologia, odontologia e matemática.

Também foram citados dois pesquisadores da Embrapa Paraná — George G. Brown e Mariangela Hungria —, que se destacaram muldialmente por seus trabalhos nas áreas de microbiotecnologia do solo e de fixação biológica de nitrogênio, respectivamente.

A área do conhecimento com menor citação no ranking, entre os pesquisadores do Paraná, foi a de humanas, já que, segundo a UFPR, grande parte dos trabalhos são publicados apenas em língua portuguesa, não sendo incluídos em rankings internacionais. “Mas isso não significa irrelevância no trabalho”, enfatiza a universidade.

Pesquisadores do Paraná com maior destaque no ranking da Universidade Stanford

  • 1º Leandro dos Santos Coelho (UFPR e PUC-PR) - Posição 3.344
  • 2º Carlos Ricardo Soccol (UFPR) - Posição 24.608
  • 3º Alice Marlene Grimm (UFPR) - Posição 31.652
  • 4º Maurício G. Araújo (UEM) - Posição 33.273
  • 5º Marcos Luciano Bruschi (UEM) - Posição 43.879
  • 6º Angelo A. Agostinho (UEM) - Posição 43.879
  • 7º Luiz Pereira Ramos (UFPR) - Posição 64.683
  • 8º Felix Sharipov (UFPR) - Posição 65.009
  • 9º Fernando Wypych (UFPR) - Posição 68.550
  • 10º Alessandro Dourado Loguercio (UEPG) - Posição 75.667

*Dados da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti-PR)

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